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APELO SOFRIDO (Rio Parnaíba)



Onde estão os homens, meu bravo,
que, sempre, puderam salvar-te?
Deixam-te morrendo, lentamente!...
Dormem ou estão por nascer?
Nasçam ou acordem, ó homens!
Por vossas consciências clamo!
Podeis ficar, por terra, prostrados!...
Meu bravo, por quanta terra ando
impossível calcular tanta dor
pois não só de terras preciso
e justo, de tuas terras, meu bravo?
Tua profundidade e tuas águas
em nossos caminhos são vidas!
E nossas vizinhas cidades?
Hoje, desfrutam de menos ar,
e teus gemidos, meu bravo,
tornam-se, a cada dia mais fracos
tamanho é, do oxigênio, a carência.
Não quero vê-las - Teresina e Timon -
unidas por tuas terras, meu bravo.
Dissipai, homens, dissipai,
a intensidade de vossos silêncios!!!...


Teresina, 07 de setembro de 1986.


(Do livro "Caminhos", Teresina, 1986, página 89.)

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Francisca Miriam
Enviado por Francisca Miriam em 08/05/2008
Alterado em 26/11/2011
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