GRITO FECUNDO
Senhor, sonho porque vivo,
porque sou gente, porque amo, porque quero, porque sinto, porque me perco, porque me encontro, porque paro, porque corro, e, sobretudo, por esta ânsia tamanha que ferve no meu sangue, na minha carne, nos meus músculos, nas minhas células, na minha pele! Senhor, infinitamente, Senhor, aliviai-me na vossa imensidão de amor, de ternura, de sabedoria, de compreensão, de acolhimento! Deixai, pois, Senhor, que eu mergulhe nos mistérios da minha mente. Que eu vá ao encontro das maravilhas dos meus sonhos, dos rostos inúmeros que surgem, dos sorrisos largos que experimento, das mímicas entrelaçadas de mensagens as mais variadas, as mais ternas, as mais quentes, as mais sentidas! Deixai-me, Senhor, que mergulhe, com profundidade, neste turbilhão de coisas que me sacodem, que me embalam, que me suavizam, que me fazem relax e que me enlaçam numa atmosfera de: cantos, poesias, murmúrios, palavras, beijos, afagos! Deixai, Senhor, que me envolva no toque dos dedos, das mãos, dos braços, dos lábios, da língua, e do corpo inteiro! Atendei-me, Senhor e me deixai mergulhar, com intensidade, no perfume natural da pele, do aquecimento humano, do hálito quente e perfumado, do cheiro do corpo, por inteiro, do homem-homem! Teresina, 15 de dezembro de 1971. (Do livro "Caminhos", Teresina, 1986, páginas 21-22) © Direitos reservados.
Francisca Miriam
Enviado por Francisca Miriam em 11/04/2008
Alterado em 24/11/2010 Copyright © 2008. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |
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