Teresina, 13 de maio de 2000

             Hoje é dia em que nasceu a querida neta Jéssica, em 1988, e que, juntamente ao pai José Aires, que realiza um sonho acalentado por muitos anos, já que ele tem 83 anos de idade e não conhecia o mar. Deslizamos nas pistas do aeroporto exatamente às 11h35m, rumo a Fortaleza, do Ceará. Ficaram no aeroporto os queridos Geraldo e Giovanni...
             Preparamo-nos para a decolagem às 11h32m. Decolamos e ganhamos alturas e as lágrimas brotam de meus olhos e grande é a minha emoção. Emoção indescritível, avistando a nossa Teresina que fica para trás.
             Já estamos sobre as nuvens e o Sol as banha com a sua luz necessária. Continuamos a subir e as nuvens esparsas e o céu por demais anilado. Obrigada, Deus e aos seus intermediários, por mais esta oportunidade de estarmos além das nuvens e perto do Céu. É verdade que gostaria que todos os meus queridos estivessem também nesse vôo 301, da Varig, para juntarmo-nos aos nossos também queridos que se encontram em Fortaleza.
             O meu pai, José Aires, não se cansa de olhar pela janela tudo o que os olhos podem captar. Eu, por minha vez, realizo uma grande vontade, de vez que sempre gostaria de estar além das nuvens. Lembro-me, pois, de todos os bons amigos, porque a emoção sentida é boa demais. Logo abraçaremos a Lílian, o Sérgio, a Jéssica e o Victor Hugo e desfrutaremos também das existências do majestoso mar e da bonita Fortaleza. Ainda subimos e o espetáculo aos nossos olhos é digno de registros deveras.
             Agora, as nuvens parecem abraçar o Céu e a claridade solar melhor desenvolve esta beleza ímpar. É como se o avião esteja parado, dando liberdade para as nuvens se movimentarem. É azul e branco em abraços fraternos.
             Exatamente às 12h04m, nos preparamos para aterrissar em Fortaleza e já conseguimos ver os primeiros vestígios da cidade e já perdemos alturas para nos receber o solo de Fortaleza. Descemos às 12h15m e grande é a nossa expectativa para completar com as presenças de nossos queridos que nos esperam.



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Do livro “Algumas emoções, dentre tantas, que puderam ser registradas a respeito do meu neto Victor Hugo”, 1ª edição, CBJE, Rio de Janeiro, 2011, páginas 36 e 37.

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