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Fortaleza, 07 de maio de 1999
    
  
  
             Fortaleza, 07 de maio de 1999

             Hoje encerra a fase de adaptação do Victor Hugo, o meu neto caçula, na Casa da Tia Léa, creche-escola, em Fortaleza – Ceará.
             Amanhã, sábado, às 21h, embarcarei para Teresina, no Expresso Guanabara, devendo chegar ao meu destino às 06h de domingo.
             Consciente estou das faltas que me farão a filha Lílian e os netos, a Jéssica e o Victor Hugo, e o seu pai, o Sérgio. Com fé na Providência Divina de que suportaremos essa nova realidade. Voltar-nos-emos, atentamente, para os céus e com certeza, esperamos, Deus se apiedará de todos nós. Dar-nos-á sustentáculo capaz de agüentarmos a saudade. Eu, particularmente, além das saudades, tenho, também, a vontade de cuidar, principalmente do Victor Hugo, por ser o mais necessitado, por ter apenas três anos e cinco meses de idade. Privar-me de suas precoces palavras, de seus gestos puros; de seu cheiro bom; de seus beijos e abraços, é, por demais, sofrido. Enfim, de toda a sua existência ativa e gostosa. Absoluta certeza tenho de, também, o Geraldo, o avô materno, está a exemplo de mim, principalmente porque sempre se mostrou disponível para lidar com os netos. A sua participação para com eles tem sido de grande importância na vida de todos nós.
             Um dos momentos significativos é quando o amado Victor Hugo me pedia leite, na mamadeira, e quando ainda nos encontramos juntos. Nessas ocasiões, quando da sugação do leite e estando eu a afagar-lhe, o Victor Hugo me segura as mãos e me fita de maneira angelical. Solta-me as mãos e as passa no meu rosto, no meu colo e nos meus braços. A fim de melhor liberdade para o meu neto a sua mamadeira fica sob os meus cuidados e, aí, maior se torna o espetáculo, puro e natural. Realmente, é um dos momentos que mais gosto e de um conforto altamente espiritual e físico. Privar-me, pois, de tudo isso e muito mais, pois inúmeras são as emoções que essa criança maravilhosa me proporciona é, por demais, triste. Obrigada, Senhor Deus, por ter tido a oportunidade de cuidar, também, dessa criança chamada Victor Hugo, meu neto, filho da Lílian, nascido em quatro de dezembro de 1995 e que hoje o deixo, por força de circunstâncias contrárias, sob os cuidados de outras pessoas, na Casa da Tia Léa, em Fortaleza, no Ceará.
             Ainda que implorasse à mãe Lílian não me foi possível o atendimento para que o Victor Hugo ficasse comigo e o avô, em Teresina.
             Naturalmente que sentiremos a falta da neta Jéssica, uma vez que a acompanhamos desde a sua concepção no ventre materno e seu nascimento maravilhoso deu-se em treze de julho de 1988. Apenas, a Jéssica não precisa tanto dos mesmos cuidados quanto o Victor Hugo. Mas, com certeza -, sentiremos a sua falta com a mesma intensidade, bem como da filha Lílian e também do genro Sérgio. Porém, nada comparável às faltas das crianças, a Jéssica e o Victor Hugo. Mas eis que tudo é de Deus e tudo voltará para Ele. Temos a dádiva de desfrutarmos de presentes maravilhosos que, às vezes, nos são arrebatados impiedosamente, do nosso convívio. Somente Deus sabe avaliar a profundidade das faltas queridas acima mencionadas. Felizmente que todos estão vivos e nos permita assim continuar para que os nossos corações não parem ainda de funcionar.


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Do livro “Algumas emoções, dentre tantas, que puderam ser registradas a respeito do meu neto Victor Hugo”, 1ª edição, CBJE, Rio de Janeiro, 2011, páginas 24, 25 e 26.

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Francisca Miriam
Enviado por Francisca Miriam em 02/02/2012
Alterado em 02/02/2012
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