DUAS FACES


É vontade de dormir e sonhar
Ou não dormir e gozar livremente
Momentos que meus caminhos trazem
Deixam-me como se criança fosse.
Em evidência, o inverno retratado
Nas dores, risos, lágrimas.
Sacodem tanto minhas fibras
Que, às vezes, me pára o coração,
Livrando-o do peso que é a matéria.
Vai, voa a essência pro Alto,
Volta na unção da matéria,
Nos desejos, nos sentimentos profundos
Que inundam toda a extensão do meu ser
Materializando o cruel labirinto.
Outras vezes, o Céu aberto à vista,
Galgo necessários degraus até lá,
Desço-os, imposta pelas circunstâncias,
No expandir de meu copioso pranto.


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Do livro “Tópicos Emocionais”, parte integrante da coletânea "Passarela de Escritores". Edições Jacurutu. Teresina, 1997, páginas 80 e 81.

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