Grande Senhor da Vida, peço-Te justiça para a causa que matou minha filha. Seu nascimento seria para julho/62. No início, e aconteceu, natimorta, no final do mesmo mês e ano. Além das dores normais do parto, senti outras mais intensas, pelo fato de não ouvir o choro inocente daquele pequeno ser. Não registrarei as causas que acarretaram a sua morte, porque Tu, ó Grande Senhor da Vida, as conhece e não deixará esse crime impune. Ainda me foi imposto um tratamento penoso durante vários meses, resultando completo restabelecimento material, mas nunca o esquecimento da perda irreparável. Hoje teria duas filhas em apoio à minha velhice, que se aproxima, e satisfações próprias de coração de mãe que ansiou por aquela vida, eliminada pelas maldades dos incapazes.


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Do livro “Tópicos Emocionais”, parte integrante da coletânea "Passarela de Escritores". Edições Jacurutu. Teresina, 1997, página 71.

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