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A Casa Grande . . .







             [ Imagem :   fotografia, em preto e branco, de uma construção rural antiga ]


             A Casa Grande coberta de telhas, onde escolhia espaços para sonhar. Nos fundos, não visível, a bela e aconchegante lagoa. O sítio, repleto de cana, buriti, manga e outras frutas, à época de 1950 / 1953...

             Encontro-me com o pai José Aires, no centro. À esquerda, o esposo Geraldo e à direita, embora não nitidamente, sobre pequeno espaço, em uma curta parede, apenas a cabeça à mostra, a Silvana, minha nora.

             A Casa Grande coberta de telhas, onde escolhia espaços para sonhar, não foi totalmente focalizada pela máquina fotográfica, em 1990.

             Além das frutas, as moagens, a rapadura, a batida, a aguardente, o mel de cana e abelha, a garapa, os bois que puxavam a maquinaria para imprensar a cana. Depois veio a usina para o mesmo fim, montada pelo pai José Aires Matos, o leite mugido, fervido, as vacas e os bois no curral e às vezes soltos, a manteiga feita da nata do leite, o doce do mesmo leite, de buriti, banana, goiaba; os peixes, pequenos e grandes, pegos em tarrafas ou anzóis, sendo que os pequenos voltavam para a lagoa.



             [ Fotografia em preto e branco de uma lagoa com palmeiras carnaúbas nas margens ]



             Uma parte da bela e aconchegante lagoa ao entardecer. Delicio-me nas suas convidativas águas, às vezes geladas, outras vezes quentes – Patrimônio Vitalício dos Aires – Amarante, terra-berço das raízes.

             Foi aqui, dentro desta lagoa, que me entregava total e deixava que meu corpo flutuasse ou afundasse para reaparecer, em folego só, sorrindo e vibrando, a exemplo de peixes que nadam porque merecem.

             A mana Miracir, a inseparável, a inegável amiga, também gostava da bela e aconchegante lagoa e este retrato é de 1990, tendo minha irmã falecido em 1961.

             Estou à esquerda, e, à direita, o Giovanni, o meu primogênito, na bela e aconchegante lagoa ( 1990 ).

             Chegando à Capital do Piauí tratei de corrigir os vícios que adquiri no nadar, no Círculo Militar, com o professor Francisco. Em se tratando de exercício é o melhor sistema para o meu corpo e alma. Com tanta coisa a meu favor, mais uma para prolongar a minha vida, pois exercitar e respirar são as molas mestras que Deus nos deixou para ganharmos anos, bem como as crianças, a Jéssica . . .



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Do livro “Jéssica, Minha Neta”, Edição da autora, Teresina, Gráfica e Editora Júnior Ltda.,1995, páginas 40, 41 e 42.

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Francisca Miriam
Enviado por Francisca Miriam em 22/04/2011
Alterado em 22/04/2011
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