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Recife, 04 de abril / 91







                                       Recife, 04 de abril / 91


             Querida Jéssica, quase trinta dias que não lhe vejo e não lhe escuto. No entanto, minha querida Jéssica, o Rafael me tem amenizado a falta premente que você me tem feito. Evidentemente que a falta de sua energia me está tornando triste. A saudade sufoca-me o peito ardente. Até mesmo o majestoso mar não me apetece tanto quanto antes do seu nascimento. A água-de-coco, tão gostosa, do Grande Recife, já não me mata a sede a exemplo de outrora. Os prédios, alguns tão altos, já não me fazem levantar a cabeça para constatar a sabedoria do homem. As ruas, não simetricamente traçadas, já não conseguem me reter por muito tempo. As igrejas, algumas mais belas ainda, não me exercem o mesmo poder. O ar já não possui tanto oxigenio. Tudo não é muito mais, somente minha saudade por você, bem como minha parada nesta sacada do apartamento 202, do Edifício Camaçari. Eis que meus olhos se perdem entre as estrelas e até, juntamente ao seu avo, descobrimos várias cruzes. A Estrela Dalva não diminuiu. Aliás, nada que se relaciona com o Alto.

             Confio em Deus de que haveremos de continuar nos curtindo intensamente. Nada é impossível para quem ama.


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Do livro “Jéssica, Minha Neta”, Edição da autora, Teresina, Gráfica e Editora Júnior Ltda.,1995, página 39.

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Francisca Miriam
Enviado por Francisca Miriam em 21/04/2011
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