Um dia, quase no final do primeiro mês de 1992, somente ouvi a voz da bonequinha de pele clara, pela linha telefônica. Caiu forte chuva, mesmo assim os oito quilômetros de ida à sua casa não teriam sido impedidos pelas águas descidas do alto, não fossem a vontade e a disposição tamanhas em deslizar meus dedos sobre as teclas da pequena e rústica máquina, resultando estes registros. Por isso e por tudo o mais, obrigada, Deus. Preciso continuar com meios capazes no prosseguimento deste trabalho amoroso. Logicamente que a vontade imensa e a disposição acima expostas não são maiores do que o prazer e a terapia existenciais proporcionados pela presença da Musa inspiradora, em destaque, apenas não poderia ter executado as duas tarefas distintas. Amanhã, espero, desfrutaremos momentos nossos.

             Exatamente como previ, apanhei a contagiante portadora de cabelos dourados e fomos a uma pequena área destinada à vista de um Templo Católico existente no mesmo bairro, Novo Jóquei, zona leste da Capital, e, abaixo de forte calor solar, desfrutamos, também, do cheiro da terra molhada; do extasiante Céu anil; do verde espalhado sobre o solo. Essas cores vitalizantes e representativas, respectivamente: espírito / matéria. Nessas condições favoráveis, nossas energias próprias só tendem a aumentar. Por conseguinte, um constante reabastecimento recíproco. Os bons espíritos nos energizam. Eis, pois, terapia completa e necessária: crianças. Exatamente a expressão máxima do amor que "comove e enternece". Justamente a realidade: Jéssica mostrou-me a ternura, a candura, a doce inocência, a verdadeira terapia, a expressão máxima do amor intenso, reinante nas crianças. Somente seres desprezíveis são capazes de maltratarem esses pequeninos.



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Do livro “Jéssica, Minha Neta”, Edição da autora, Teresina, Gráfica e Editora Júnior Ltda.,1995, páginas 26 e 27.

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