A ALMA DO POETA
É bom poetizar. Sentir a vida. Avaliar a morte. Porém, tão sofrida é a alma do poeta, Justamente por sentir com mais intensidade. Existirão fatos mais tristes e comuns Do que crianças exploradas e famintas, Objetos instrumentais dos pedintes, E idosos desprezados e pobres Nas calçadas, nas sarjetas, no lixo, Vítimas da violência bestial dos homens? Matam-lhes a matéria, as almas, os espíritos Numa sociedade mesquinha e egoísta São realidades por demais doídas, Contrárias ao Grande Plano Universal. São dores que atingem implacavelmente A alma sensitiva do poeta. Poeta, sensível é o teu íntimo ardente Porquanto somente a ti é dado o direito De sentir integralmente os efeitos Que trazem a alegria e a dor. Ainda que em rápidos e efêmeros instantes. Ou então para momentos eternos. * * * ............................................................................................. Do livro “Caminhos Mais”, Edição da autora, Teresina, 1995, página 17. .............................................................................................. © Direitos reservados.
Francisca Miriam
Enviado por Francisca Miriam em 11/01/2011
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