Como estás e que pensas?
Ó criança bonita de olhar maroto.
Onde está minha própria criança?
Será que a perdi pelos meus caminhos?
Ou será que apenas, dorme dentro de mim?
Será que estou, tanto, a envelhecer?
Ou será que fico às margens dos caminhos?
Só sei que vos reclamo, ó crianças!
Por que não vindes, crianças outras
E despertais a minha própria?
Ou a rejuveneceis plenamente?
Se não, posso morrer antes do tempo.
São tantas as ânsias, os desejos,
De vos ter em meus braços
Cantar-vos belas canções de amor
Aconchegar-vos em meu colo
Elevar-vos lá pros céus
Ou deixar-vos aqui mesmo, na terra.
Terra, céus, céus, terra
Por que me ficais tão calados?
Porventura não vos sentis céus e terra?
Trazei-me, céus e terra, essas crianças
Sob pena de eu virar pó, somente!!!

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Do livro “Caminhos Ainda”, Edição da autora / APL – Academia Piauiense de Letras, Teresina, 1991, página 41.

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