No Piauí, meu espírito
Em Belém, meu corpo
Eu lá e eu cá
Muitas razões
Muitos tesouros.
Belém, trago-te o espírito
Tu o mereces, bem sei.
Belém, gozar-te é privilégio
Outros mistérios
Outros céus
Outras matas
Outras gentes
Outros ares
E teu rio Guamá.
Belém do Pará
Paro em ti, ó Belém,
Brasileiros, nortistas, nordestinos somos
Das caatingas cantadas
Pelos fortes poetas.
Belém, quero ver-te outras vezes
Gozar da extensão das tuas terras
Avaliar teu céu infinito
Contagiar-me do teu vento amigo
Molhar-me na tua chuva
Entregar-me ao teu todo bonito.
Belém-Pará, grande terra nossa
Terra de muitos filhos e pais
E dos três entre todos
O Pai, o Filho e o Espírito Santo
De poder absoluto e perene.



Belém, 1986.


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Do livro “Caminhos Ainda”, Edição da autora / APL – Academia Piauiense de Letras, Teresina, 1991, página 17.

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